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Opinião Granjense: Presidenciais

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Presidenciais

O jornalista Luís Delgado, escreveu no Diário de Noticias de 16 de Janeiro, um artigo de opinião, “Portugal não é plano”.

O artigo faz referência à teoria de Thomas Friedman, que nos diz que a Terra é plana, mas a avaliar o que se passou em Portugal nas últimas Presidenciais de 22 de Janeiro, concluiria que a Terra é plana e que, “…este país não faz parte da Terra, e sendo ela plana, tem uma bossa inexplicável, que se chama Portugal e não estava prevista na minha tese…”. Thomas Friedman concluiria assim, devido à sua análise da campanha eleitoral, e tudo o que nela se envolveu que, Jerónimo ganharia, pela empatia gerada no eleitorado e pela enorme massa humana que conseguiu reunir no Pavilhão Atlântico, Mário Soares estava enérgico, e não, desesperado com os resultados das sondagens, Manuel Alegre estava pouco preocupado com os resultados das votações, Francisco Louça com a base de apoio enfraquecida e sem possibilidade de crescimento, e Cavaco Silva, diria Friedman, estava perdido e sem hipóteses de vencer, porque se quatro diziam mal dele, então, ele, Cavaco estava mesmo acabado. Mas assim não aconteceu, e esta tese que era típica para o normal, em que a Terra fosse plana, mas não para Portugal e para os portugueses.

Para quem ainda não se tinha apercebido, de que a culpa principal, de a direita ter ganho, era do Engenheiro Sócrates e da direcção do PS, ficou com a certeza absoluta ao ver mais uma jogada politica falhada do secretário-geral do PS ao falar ao mesmo tempo as televisões que Manuel Alegre e depois remetendo as explicações para um comunicado oficial, em que afirma que não sabia que Manuel Alegre estava a discursar naquele momento (ninguém estava a ver televisão na sede de candidatura de Mário Soares).

Agora quanto ao Engenheiro Sócrates, resta-nos perguntar, se vai ou não fazer mais uma jogada politica marcando um congresso brevemente, para assim desafiar quem o enfrentou ou dividiu o partido. O primeiro-ministro transformou-se nestas eleições, porque a sua grande postura na grande função que ocupa no país, e como já não se via a muito num primeiro-ministro, não se verificou ao nível do PS no que trata ás presidenciais. Para terminar realço o que muitos esqueceram: CDS-PP, e a que Cavaco Silva pode agradecer a sua eleição para Presidente da Republica, porque se não tivesse tido o seu apoio, os 31900 votos que faltaram à esquerda e a Manuel Alegre para ir à 2ª volta, não seriam nenhuns, e o professor Cavaco Silva não teria conseguido os 50.6% que lhe deram a vitória, porque a direita estaria mais dividida e consequente já não lhe daria a maioria absoluta.
Agora resta-nos esperar para ver se Cavaco Silva cumprirá o que prometeu no seu seu discurso de vitória no CCB, "Presidente que pratica o diálogo, que sabe ouvir e estimular consensos".

Cumprimentos granjenses, e agradecimentos a todos os que lêem e comentam o blog