Os lamentáveis "his master voice"
Este foi um texto que li e achei que ficasse bem neste nosso blog para a reflexão de todos:
Aqui bem perto de nós, em Vila Viçosa, há cerca de 400 anos a Duquesa de Bragança, D. Luísa de Gusmão, ficou para a História de Portugal ao dizer ao marido que mais valia ser Rainha uma hora que Duquesa toda a vida, estava assim afastado o último obstáculo à independência de Portugal e à coroação de D. João IV. Infelizmente ainda há muito quem face à possibilidadede de morrer de pé, opte por rastejar toda a vida, quem não tenha conseguido ultrapassar o jogo de infância “O Chefe Manda”, e nunca consiga melhor que ser a voz do dono. Esses estão convencidos que a cabeça serve só, conforme os casos, para levar ao barbeiro ou ao cabeleireiro. Satisfeitos da vida por outros pensarem por eles e assim pouparem os neurónios de que pouco lhe servem. Muitas carreiras auspiciosas na política se tem fundado neste comportamento, de yes men ou women, garantindo assim o sustento e as vidinhas, ainda que sem centelha de glória ou notoriedade. No máximo ficarão conhecidos no seu condomínio, se forem às reuniões; deles nada haverá a esperar e a sua utilidade é muito controversa. Esperar-se-ia que a Assembleia da República, pelas suas responsabilidades, fosse ocupada pela nata dos portugueses.
Decorridos 30 anos de Democracia, a análise estatística da participação activa dos nossos representantes nela deixa muito a desejar. A maior parte dos deputados nunca ninguém teve o prazer de ouvir a sua voz, ainda que regularmente os vejam a votar. Limitam-se à figura de corpo presente, alimentam o coro, fazem número! São os membros da claque, como antigamente no teatro de revista. É natural que a esses elementos lhe faça confusão quando algum colega de bancada queira precisar publicamente o seu pensamento, mostrar que pensa; já é menos compreensível que demonstrem o seu desagrado a quem não se limita ao seu cinzentismo.
Na última reunião do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, os desconhecidos deputados Paula Barros, Rosa Albernaz e Carlos Lopes prestaram-se a esses triste papel de cantores de ouvido ao questionarem e contestarem a tomada de posição de Manuel Alegre sobre o controverso comunicado do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, sobre a polémica dos cartoons.
Que se saiba, o Partido Socialista, ainda que tendo metido há vários anos o Socialismo na gaveta, não perdeu a sua laicidade e o referido comunicado mais parecia uma aula de catequese incluindo uma exegese e indicava um novo Index.
É natural que um socialista, laico e republicano sentisse alguma incomodidade e a demonstrasse. Só lhe ficou bem! Ao longo da sua presença de 30 anos no Parlamento, Manuel Alegre, sempre tem publicitado as suas incomodidades, o que é um traço de coerência e de carácter que é de aclamar. Para os cinzentões e puxa-saco o esquecimento, deles a História não rezará!
Para ele toda a minha solidariedade!
(Este texto é da exclusiva responsabilidade do autor: Costa in manuel_alegre@yahoo.groups.com)

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