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Opinião Granjense: A Opinião do Leitor : ÁLCOOL E CONDUÇÃO

quarta-feira, abril 05, 2006

A Opinião do Leitor : ÁLCOOL E CONDUÇÃO

As bebidas alcoólicas aquando da sua ingestão não moderada, são a causa, directa ou indirecta, de inúmeros acidentes de viação dos quais resultam milhares de vítimas.
Devido ao efeito que provocam em grande parte dos consumidores, as bebidas alcoólicas são muitas vezes tidas como estimulantes que activam os processos físicos e mentais, mas a realidade é bem diferente: o álcool é, de facto, um depressor que prejudica as capacidades psicofisiológicas mesmo se ingerido em pequenas doses interfere negativamente em todas as fases em que, academicamente, se divide a tarefa da condução, a alcoolemia afecta as capacidades físicas e psíquicas do condutor quase logo a seguir à ingestão da bebida alcoólica.
O PROCESSO DE ELIMINAÇÃO DO ÁLCOOL É LENTO, tomando como exemplo, que num indivíduo que tenha atingido uma taxa de alcoolemia no sangue (TAS) de 2,00g/l à meia-noite, só às 20 horas do dia seguinte o organismo eliminou completamente o álcool no sangue.
ATENÇÃO, é difícil calcular quanto se pode beber, sem pôr em risco a segurança da condução e/ou sem incorrer em infracção, dado que a taxa de álcool no sangue, em
determinado momento, depende de diversos factores que nunca são constantes, toda a gente julga conhecer o seu ponto de "tolerância" ao álcool e apresenta resistência a qualquer opinião sobre o assunto. Mas a realidade demonstra que, regra geral, quando se admite que se está a chegar ao "ponto crítico" há muito que este já foi ultrapassado e já não se está em condições de se efectuar a condução com segurança, ora vejamos.
O risco de envolvimento em acidente mortal aumenta rapidamente à medida que a concentração de álcool no sangue se torna mais elevada,

0,50g/l ............... o risco aumenta 2 vezes
0,80g/l ............... o risco aumenta 4 vezes
0,90g/l ............... o risco aumenta 5 vezes
1,20g/l ............... o risco aumenta 16 vezes
Mesmo com tantos alertas, a redução anual da sinistralidade não é nem de perto a mais optimista, nem há perspectivas de abrandar, na minha modesta opinião devia-se optar por medidas realmente “drásticas”, dou como exemplo uma que se pratica nos Estados Unidos: cada condutor envolvido num acidente que lhe tenha sido detectado álcool no sangue, é obrigado a assistir a uma autópsia de alguém que perdeu a vida a conduzir sob o efeito de álcool, macabro, talvez, mas por certo ia por muita gente a pensar muitas e muitas vezes antes de ir conduzir embriagada.
A Opinião do Leitor por: Ricardo Justino, 31 de Março de 2006