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Opinião Granjense: VIVE ABRIL

terça-feira, abril 25, 2006

VIVE ABRIL

Há 32 anos uma coluna comandada por Salgueiro Maia marchava sobre Lisboa levando consigo uma grande doze de coragem e audácia, mas acima de tudo a utopia do sonho que os guiava, que os guiava em busca do bem mais precioso que um Homem pode ter, A LIBERDADE, a liberdade que traria a democracia, democracia essa que faria com que Portugal 32 anos passados deixasse os tons cinzentos que o caracterizavam por ser um país triste, pobre, fechado e à procura de um destino e ganhasse o ar colorido, natural de um país aberto social e economicamente, democrático e dinâmico, respeitado internacionalmente, capaz de hoje como no passado mostrar ao mundo grandes feitos, assim como dar-lhe grandes figuras.

Não era nascido em 25 de Abril de 1974, mas dei os primeiros passos, soltei as primeiras palavras e tenho as minhas primeiras memórias de uma altura em que ainda estavam quentes nas mentes dos portugueses as conquistas da revolução, em que ainda se vivia entusiasticamente o espírito de Abril e em que o mesmo despertava dentro dos portugueses sempre que algo não ia bem na nossa jovem democracia, fui de facto marcado por um conjunto de valores como os da solidariedade, fraternidade, verticalidade entre muitos outros que derivam de um regime que se queria livre, justo e democrático; e foi atraído por estas grandes causas e conquistas de Abril que eu assim como muitos jovens filhos de Abril nos envolvemos em causas e lutas politicas para que nunca mais Portugal fosse assombrado pelos fantasmas que o assombraram durante o Estado-Novo.

Hoje comemora-se mais um aniversário do 25 de Abril, os valores que levaram à queda de um regime e que deram alguma cor ao nosso país estão hoje descurados, não se valoriza a liberdade, pedem-se direitos e esquecem-se deveres, os escândalos frequentes associados à classe politica onde existe quem dela faça parte só para manchar o bom nome desta a nobre arte, e que ao contrário de se deixar servir pela politica para criar o bem comum se serve da politica para criar o seu bem próprio descredibiliza por completo a classe, porque é difícil nestes casos ao senso comum não tomar o todo pela parte. Isto faz com que haja um crescente desinteresse pela politica e pela participação cívica por parte da população em geral e sobretudo dos jovens que hão-de fazer o futuro deste país, sendo que a falta desta participação só faz com que quem denigre essa classe essencial para o bom funcionamento do país cresça cada vez mais.

Assim, hoje como há 32 é preciso que todos unidos continuemos a lutar dia-a-dia pelo bem mais precioso que uma sociedade, que um país pode ter, A LIBERDADE, para isso, e porque certamente não queremos que o 25 de Abril seja só uma memória, mais do que recordar Abril devemos praticar os valores que a ele estão associados como que de uma necessidade básica se tratasse, porque Abril renova-se sempre que se pratica.

VIVA ABRIL, VIVE ABRIL!!!..SEMPRE


Marco Ramalho