Bolonha, 1º semestre, o primeiro de muitos...
Pois é, Bolonha está ai, com as suas duas primeiras vitimas da Universidade de Coimbra a serem a Faculdade de Psicologia e Ciencias
da Educação e o Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia.
Esta opinião será como que um rescaldo do primeiro semestre do ponto de vista de um DEIano, vulgo, habitante do DEI.
Bom, por onde começar? Em primeiro lugar, muito,mas muito trabalho. Nada que um DEIano já não estivesse habituado, pois já
há muito tempo que nos habituamos a fazer daquele departamento a nossa primeira casa, mas este ano, quase que tivemos que
abandonar as nossas segundas casas. Pois com Bolonha, é valorizada a componente prática das cadeiras, logo existe uma sobrecarga enorme de trabalhos em todas as cadeiras, portanto poderão imaginar esta sobrecarga multiplicada por 4 ou 5 cadeiras e terão a ideia do carga de trabalho a que um aluno está sujeito com Bolonha.
Há aspectos positivos,claro que há, existe o chamado controlo de qualidade, ou seja, tenta-se não sobrecarregar os alunos com
metas de trabalhos muito juntas umas das outras, alterando as datas de entrega de projectos. Pareceria uma boa medida, se não
se tivesse mudado a maior parte das datas para as épocas de exame. Basicamente, enquanto que os outros alunos, a maior parte so
tem que se preocupar com os exames, os DEIanos terão ainda que se preocupar com entrega de projectos, defesas dos mesmos, e ainda
os sempre atractivos exames de fim de semestre.
Existe tambem um maior contacto entre alunos e professores, esse sim, a meu ver bem implementado, tendo sido criadas novos tipos de aulas, com o objectivo de acompanhar o progresso dos alunos ao longo do tempo. Mas ainda muita coisa está podre no reino de Bolonha.
Claro que há sempre o argumento, de que como somos os primeiros( cobaias), as coisas não são perfeitas. Mas há certos aspectos
que poderiam ser planeados de antecedencia. Um desses aspectos é a da reformulação curricular, a passagem dos alunos de licenciatura
para o mestrado. Aqui surgiram muitos problemas, com alunos a terem a sua inscrição bloqueada sem saberem muito bem porquê, pois
os Serviços Académicos não se encontravam, nem ainda se encontram totalmente preparados, para a grande revolução que é Bolonha.
Uma pseudo-vantagem, é o do possivel fim de licenciatura em tres anos. Bom para mim a unica vantagem é essa mesma, terminar a
licenciatura em tres anos. Para certos cursos,podera ser uma vantagem, mas no caso duma licenciatura, não creio que será benéfico
ter um licenciado em engenharia só com tres anos de curso, até porque a Ordem dos Engenheiros só admite engenheiros com o mestrado
tirado. E os que ja passaram pela universidade, com cursos de cinco anos, saindo licenciados, que irão ser ultrapassados por alunos
que com o mesmo tempo de estudo saiem com o grau de mestre? Como se irá proceder a esta adaptação?
O tratado de Bolonha foi assinado em 1999, 7 anos depois entra em vigor, num balanço, no meu entender negativo. Como sempre no
nosso país, as coisas não foram planeadas com tempo e com ponderação, tendo sido feita uma transição muito rápida e em cima do
joelho. Existem ainda muitas questões por esclarecer, quem está já em Bolonha, ainda continua com muitas duvidas sobre os
novos mecanismos. Duvidas essas que se deveriam encontrar esclarecidas, em vez de se atirar alunos e professores ás feras.
Creio que este assunto deveria ter sido mais debatido na sociedade, pois é um problema que afecta uma grande fatia da mesma.
Pois fica aqui o desafio, contribuam com as vossa opiniões sobre este assunto, pois, directa ou indirectamente, é um assunto
que toca a todos.
da Educação e o Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia.
Esta opinião será como que um rescaldo do primeiro semestre do ponto de vista de um DEIano, vulgo, habitante do DEI.
Bom, por onde começar? Em primeiro lugar, muito,mas muito trabalho. Nada que um DEIano já não estivesse habituado, pois já
há muito tempo que nos habituamos a fazer daquele departamento a nossa primeira casa, mas este ano, quase que tivemos que
abandonar as nossas segundas casas. Pois com Bolonha, é valorizada a componente prática das cadeiras, logo existe uma sobrecarga enorme de trabalhos em todas as cadeiras, portanto poderão imaginar esta sobrecarga multiplicada por 4 ou 5 cadeiras e terão a ideia do carga de trabalho a que um aluno está sujeito com Bolonha.
Há aspectos positivos,claro que há, existe o chamado controlo de qualidade, ou seja, tenta-se não sobrecarregar os alunos com
metas de trabalhos muito juntas umas das outras, alterando as datas de entrega de projectos. Pareceria uma boa medida, se não
se tivesse mudado a maior parte das datas para as épocas de exame. Basicamente, enquanto que os outros alunos, a maior parte so
tem que se preocupar com os exames, os DEIanos terão ainda que se preocupar com entrega de projectos, defesas dos mesmos, e ainda
os sempre atractivos exames de fim de semestre.
Existe tambem um maior contacto entre alunos e professores, esse sim, a meu ver bem implementado, tendo sido criadas novos tipos de aulas, com o objectivo de acompanhar o progresso dos alunos ao longo do tempo. Mas ainda muita coisa está podre no reino de Bolonha.
Claro que há sempre o argumento, de que como somos os primeiros( cobaias), as coisas não são perfeitas. Mas há certos aspectos
que poderiam ser planeados de antecedencia. Um desses aspectos é a da reformulação curricular, a passagem dos alunos de licenciatura
para o mestrado. Aqui surgiram muitos problemas, com alunos a terem a sua inscrição bloqueada sem saberem muito bem porquê, pois
os Serviços Académicos não se encontravam, nem ainda se encontram totalmente preparados, para a grande revolução que é Bolonha.
Uma pseudo-vantagem, é o do possivel fim de licenciatura em tres anos. Bom para mim a unica vantagem é essa mesma, terminar a
licenciatura em tres anos. Para certos cursos,podera ser uma vantagem, mas no caso duma licenciatura, não creio que será benéfico
ter um licenciado em engenharia só com tres anos de curso, até porque a Ordem dos Engenheiros só admite engenheiros com o mestrado
tirado. E os que ja passaram pela universidade, com cursos de cinco anos, saindo licenciados, que irão ser ultrapassados por alunos
que com o mesmo tempo de estudo saiem com o grau de mestre? Como se irá proceder a esta adaptação?
O tratado de Bolonha foi assinado em 1999, 7 anos depois entra em vigor, num balanço, no meu entender negativo. Como sempre no
nosso país, as coisas não foram planeadas com tempo e com ponderação, tendo sido feita uma transição muito rápida e em cima do
joelho. Existem ainda muitas questões por esclarecer, quem está já em Bolonha, ainda continua com muitas duvidas sobre os
novos mecanismos. Duvidas essas que se deveriam encontrar esclarecidas, em vez de se atirar alunos e professores ás feras.
Creio que este assunto deveria ter sido mais debatido na sociedade, pois é um problema que afecta uma grande fatia da mesma.
Pois fica aqui o desafio, contribuam com as vossa opiniões sobre este assunto, pois, directa ou indirectamente, é um assunto
que toca a todos.

1 Comments:
Sem querer ser um tipo que bate sempre na mesma tecla (e esta deve ser a expressão mais idiota a ser usada por um informático :D), em Portugal a maioria das "revoluções" (como Bolonha) são tiradas da cartola sem mais nem senão e são aplicadas sem haver a preparação de TODA a gente que vai levar com elas em cima.
Resultado: começa mais-ou-menos mal (varia conforme a posição que se ocupa dentro dessas "revoluções") e depois é só encosta abaixo. Alguns têm sorte e há uma árvore no caminho para os parar antes de acontecer algo de mau.
Apesar de tudo, em conversa com amigos sobre a quantidade de trabalho que Bolonha nos deu (os professores ajudaram q.b. nesse aspecto com projectos fora de série) chegámos á conclusão que mais valia demorar mais uns anitos a fazer a malfadada licenciatura + mestrado do que tentar fazer as 5 ou 6 disciplinas a que cada um de nós estava inscrito (eu aprendi que nunca mais me inscrevo a 6 disciplinas na vida... apre...).
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